Como posso dizer que a morte é o que te possibilita respirar? Posso, de uma maneira só. A morte não é o “último suspiro” (e claro que não é mesmo, pois quem “suspira” – que, pelo meu entender, suspirar por algo é romantismo - por algum motivo em seus últimos momentos de vida?), e também não é somente quando o cérebro pára de funcionar. A morte é morte enquanto houver vida. Mas, como entender que a morte está presente quando sentimos a luz em nossos olhos, ou quando estamos no ápice da juventude (quando consideramos que estamos livres de qualquer patologia comprometedora?). A morte se dá porque tudo em nós (nosso corpo) é feito por ciclos, e tudo já vira pó ao final de cada um desses ciclos. Somos como bonecos de areia andantes, que deixam seus rastros de pó por onde passam. Então, porque falar que se têm medo da morte? Ela se encontra tanto no vigor físico do atleta ou de qualquer outro trabalhador, tanto como se encontra no moribundo.
Por favor, arrumem o dicionário (o Aurélio e, com certeza, tantos outros), que diz: “morte: cessação da vida; termo fim; destruição, ruína; pesar profundo”.
O conceito de se “morrer por alguma coisa”, ou alguém, está, em parte, errado. Quem morre por algo não é somente aquele que “se joga na frente da bala”. Quem morre por uma causa é aquele que dedica a sua vida a ela.
domingo, 30 de março de 2008
Bonecos de areia
Postado por Fernando Assad às 17:52 2 comentários
quarta-feira, 26 de março de 2008
É demais, pra mim
É demais, pra mim
É demais, pra mim
Que seu semblante não ilumine
Semblantes não iluminam
Mas é demais, pra mim
É demais, pra mim
Que seus pés não deixem marcas
Pés quase não deixam rastros
Mas é demais, pra mim
É demais, pra mim
Que suas mãos não flutuem mais
Mãos não flutuam
Mas é demais, pra mim
É demais, pra mim
Acreditar que digo essas coisas de você
Essas coisas não existem
Pois é demais,
Pra mim.
(Fernando Assad)
Postado por Fernando Assad às 16:12 1 comentários
segunda-feira, 24 de março de 2008
O verso das roupas
Repare bem nas suas roupas: o verso, da maioria delas, não provém o modo mais adequado para o contato com a superfície da sua pele. As costuras, rebordos, botões extras, gola, bolsos, e o próprio verso do pano não promovem o modo mais aceitável de contato das superfícies. Resumindo: não é objetivo da face interna promover conforto, mas sim, sustentar a face externa. Também, a face externa do pano têm as características mais refinadas. É claro que não há exacerbada sensibilidade da pele em relação às roupas (não há agressividade significativa no contato pele x pano), mas (repito), essa face interna do pano, que podemos considerar como sendo a mais importante para o conforto humano, não é a mais adequada. Se você inverter a roupa também, provavelmente o contato íntimo com a pele também não será dos melhores, pois o refinamento da face externa é artístico, e não visa propriamente o conforto. Concluímos, a partir daí, que o conforto não mais se dá pelo estímulo nervoso à derme e epiderme. A fisiologia muda. Você se olha no espelho, acha bonita e refinada a face externa da roupa, e, assim, a acha confortável. Gradualmente, a face interna se torna confortável, a partir da percepção da face externa.
Amigos: alterações fisiológicas são motivos para preocupação...
Um abraço.
Postado por Fernando Assad às 17:21 2 comentários
terça-feira, 18 de março de 2008
Escrevi
Escrevi
Escrevi naquelas pétalas retorcidas
Todas velhas, de gaveta, esquecidas
Com lápis que já perderam as pontas
Pra me recobrar do peso das ondas.
(Fernando Assad)
Postado por Fernando Assad às 17:07 1 comentários
sábado, 15 de março de 2008
O híbrido capitalismo-socialismo
Uma face híbrida, composta pelo capitalismo e pelo socialismo, vasculariza as políticas sociais de diversos países do mundo, incluindo o Brasil. Nenhum país do mundo é totalmente capitalista. As variações políticas atuantes se “renomeiam” para implantar suas idéias. Faces do socialismo são lembradas como capitalismo, apenas para poderem ter efetividade. Não ocorre em todos os casos, mas, em diversos, a criação de políticas – por exemplo – de “bolsa-alguma-coisa” se inserem no capitalismo, mas na verdade são idéias socialistas. Sabemos que o socialismo prega a distribuição igualitária dos bens produzidos por todos, mas também sabemos que, para que isso ocorra, deve existir uma “casta superior” para liderança de todos e, portanto, com situação diferenciada; a partir daí, já percebemos que o socialismo ideológico é falho. Mas, qual é o problema de se distribuir o “bolsa-alguma-coisa”? Essa idéia é bonita, mas o “bolsa-alguma-coisa” direciona a economia para poder dar ao povo a grande possibilidade de se criar uma situação cômoda, ao contrário de se concentrar forças para gerar oportunidades reais de crescimento social para todos. Nessa parte igualitária de ações é que mora o problema: é a partir daí que os atuantes do capitalismo abraçam o socialismo, fazendo com que a “casta superior” se mantenha de modo mais estável possível. Gerar oportunidades para todos é uma ameaça à casta, pois o desenvolvimento social generalizado é o que provém os meios e poderes para todos poderem fazer valer e evoluirem seus direitos, e fazerem constantes mudanças no patamar superior de “direção” social. O socialismo, então, se aplica aos pobres, pois os ricos são os próprios políticos. O híbrido capitalismo-socialismo é a realidade.
Postado por Fernando Assad às 09:06 4 comentários
domingo, 9 de março de 2008
Arca de Noé com propulsores
Se imaginarmos, e fizermos um balanço, de todos os atos do ser humano durante sua vida, podemos dizer que 75% desses atos geram destruição, 15% geram produção, e 10% não gera nada. Essa desproporcionalidade mostra que: do que o ser humano gasta para produzir alguma benesse, apenas 15% é “revertido” de alguma forma. Então, devemos ficar atentos quanto à época em que a cura do câncer e da AIDS forem descobertas, ou quando for descoberto um meio realmente eficaz para o processamento e regeneração do lixo. Nesse momento, a balança de descobertas estará favorável para nós, pois as tecnologias para reversão de danos significativos estarão em nossas mãos. Os meios para se reverter mais do que destruir serão conhecidos com propriedade. Mas, a desproporcionalidade produção x destruição é, e foi, tão grande, que muito se foi usado para essas descobertas, e a possibilidade de se reverter tantas perdas chegará a ser quase nula. O nível dessas descobertas estará em um patamar tão alto que, o que foi dispendido em troca desses resultados, já estará num volume atordoante. Comparemos esse momento futuro com o momento atual: atualmente, a regeneração de lixo têm tecnologia “mediana” para reverter de forma eficaz o que nós jogamos fora, e está “infinitamente” obsoleta para grande parte da população mundial. Nesse momento, ainda temos algumas poucas plantas para derrubar, e ainda alguma (pouquíssima) água para destruir. Quando grande parte da tecnologia, e da população, forem suficientes para produzirem mais do que destruir, esses restos de plantas e água de hoje já não existirão mais. Não sou pessimista, sou realista. As proporções de 75% de destruição e 15% de produção foram, estão, e continuarão existindo, pois são inerentes à humanidade. 75% do mundo já foi destruído, 15% ainda está para ser destruído, e 10% é feito por lugares totalmente obsoletos. É claro que essas porcentagens eu inventei, mas acredito que eu não esteja muito errado. Ou sentimos medo, e mudamos, ou é melhor já começarmos a fazer uma Arca de Noé com propulsores...
Postado por Fernando Assad às 14:48 1 comentários
sexta-feira, 7 de março de 2008
Pirâmide invertida
A hierarquização, em todos os setores da sociedade atual, agora vêm obtendo sentidos inversos. A base da pirâmide vêm passando a ganhar o seu destaque merecido, pois é essa massa que é o motor. Logicamente é ela que faz o “carro andar”, e isso agora vem sendo mostrado realmente. Os significados da democracia proprocionam vazão ao crescimento, e constante aperfeiçoamento das legislações; e isso é o subsídio fundamental para que as classes desenvolvam os seus sensos de posicionamento, e promovam suas liberdades de imposição e evolução. Não que um diretor de faculdade está perdendo sua autoridade, e nem um diretor de uma empresa também está perdendo sua posição de liderança. Mas, agora, essa liderança é mais maleável e adaptável, pois as classes “inferiores” da hierarquia mostram seus devidos significados através de meios legais, e através disso podem mostrar que a importância de suas funções é igual a de qualquer um na escala de comando de alguma instituição. A posição de liderança é apenas mais um item no currículo, e não é mais tido como algo que trata alguém de forma “superior”. Por exemplo: designa-se um engenheiro por ser especialista em projetar pontes, e outro engenheiro por ser especialista em fundações de prédios, e que também têm em seu currículo um histórico de liderança; este é mais um item que acrescenta ao profissional, mas não o faz “superior” a ninguém, pois os outros têm as suas peculiaridades.
A pirâmide se inverte, porque hoje a massa da base se move (através de meios democráticos), e a grande maioria dessa massa é capaz de tomar atitudes contundentes contra qualquer escala da pirâmide. Resumindo: a base da pirâmide é capaz de demitir o diretor, mas o diretor não é mais capaz de “varrer” a base da pirâmide.
Um abraço!
Postado por Fernando Assad às 15:51 0 comentários