Os palhaços são a melhor representação da tristeza, e da nobreza humana. O público não ri, na verdade, da alegria do palhaço. O público ri da tristeza. Este é o segredo escondido por trás da maquiagem e do nariz vermelho.
Existe uma força irrefugável na interpretação do pagliaccio. O palhaço é a busca da maximização para levar ao riso. O enredo é triste, desastroso, e o resultado é o riso. O palhaço toma uma rasteira. O palhaço leva torta na cara. O palhaço é feito de bobo. E o resultado é o riso. O palhaço leva tudo de ruim nas costas e, no final, ainda sorri. No meio do espetáculo, ele ri. No final, ele sorri. O riso e o sorriso da nobreza.
Fecham-se as cortinas, e a pessoa por trás da maquiagem se torna triste, inexoravelmente. Porque ela, na verdade, não é um palhaço. O palhaço é só uma interpretação. Ela é triste porque sabe que nunca será um palhaço.
A essência da beleza da alma é apenas encenada.
quarta-feira, 23 de julho de 2008
Palhaços
Postado por Fernando Assad às 19:41
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1 Comment:
Muito bem analisado esse texto.É uma outra forma de analisar o riso do palhaço.Parece a realidade do povo brasileiro que sofre tanto com o problema da desigualdade social e apesar disso ainda sorrir.Sem falar, que os nossos governantes nos fazem de palhaço, principalmente no período eleitoral.
Parabéns pelo blog!
Seja bem vindo ao meu!
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