terça-feira, 14 de outubro de 2008

As duas almas

De modo geral, todas as formas de apresentação e representação da vida contém a “feiúra” em suas entranhas. Por trás das paredes de um teatro existe um emaranhado disforme formado por camarins, madeira, eletricidade, eletrônicos, e etc.; por dentro do arcabouço de um carro, existe o motor; dentro do nosso corpo existem os órgãos; e por dentro de nossa “alma” (ou consciência humana, como preferirem), o que existe? Algo feio?
Será que temos duas almas, uma interna e outra externa?
A nossa alma é o que nos torna humanos. É ela que nos permite a expressão. Você, leitor, deve estar pensando então que, para que nossa “alma” externa seja boa, a nossa alma interna deve ser má. Na realidade, a alma interna não é má, mas ela contém uma “maldade” inata porque ela é geradora dos nossos instintos de sobrevivência (instinto esse que quer nos pôr a frente de tudo e de todos). Mas a “alma interna” é inteligente, não é como o motor de um carro, que apenas gera e movimenta a periferia; ela é geradora, processadora e têm capacidade de evolução. Ela gera os instintos, mas os processa e transforma de acordo com a sua própria subordinação. Ela é professora e aluna de si mesma; prova que existe porquê tento explicar a mim mesmo o inexplicável, mas acabo entendendo.

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