quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

Belas palavras

O esquecimento constante de fatos já passados, é a forma mais eficiente para se promover a “romantização” de qualquer tipo de “construção”, em relação a esses fatos.
Você quer fazer um texto (uma poesia, etc.) belo e inspirador sobre o seu passeio na praia, que ocorreu ontem? Então, não escreva hoje, espere 8 meses para fazer esse texto (ou, então, faça um texto hoje, e um daqui a oito meses, e compare-os; você entenderá tudo isso, na prática). Isso porque, com o passar do tempo, os elementos “coadjuvantes” daquele passeio na praia vão sendo perdidos da memória primeiro, e você (de modo muito mais fluido e natural) irá substituí-los com uma construção sua. Por exemplo (texto feito um dia após o passeio na praia): “andar pela praia (elemento principal) com a minha namorada (elemento principal), sobre a areia (elemento principal) amarela, vendo gaivotas (elemento principal) sobrevoarem bem perto de nossas cabeças, me faz esquecer todos os dias de sofrimento”; (é diferente de – texto após 8 meses) “caminhar pela praia com a minha namorada, sobre um mar de areia amarelada, vendo as gaivotas exibirem de modo imponente as suas asas, me faz esquecer todos os dias de sofrimento”.
Desse modo (com a espera do passar do tempo), é que se descobre mais naturalmente a substituição mais romântica para os elementos que, se forem descritos como o são, acabam se tornando muito “artificiais” e frios. A “flor de pétalas brancas que dei para ela”, passa a ser “a flor de alma branco-geada que dei para ela”.
Para finalizar: você, que têm mais de 20 anos (se teve uma infância saudável), sabe relatar a sua infância sem elementos romantizados? É esse esquecimento “parcial” e constante, que faz com que as lembranças de sua infância sejam mágicas.

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

Uma porta, e dois veículos

Todos nós podemos perceber que uma porta, de largura comum, não foi feita para o trajeto simultâneo e confortável de duas pessoas. O trânsito veicular, ou qualquer via de tráfego, norteiam-se sob este mesmo princípio. Então, qual é a racionalidade de se estabelecer, como consenso generalizado, que todas (ou a maioria) das empresas, instituições governamentais, universidades, escolas, profissionais liberais, e etc., comecem o dia de trabalho às 8:00 horas em ponto, e terminem por volta de 17:00 horas? O acréscimo do número de veículos é constante, e plenamente visível, principalmente nas grandes metrópoles. O consenso generalizado sobre esses horários já citados, força a “invasão” quase simultânea das ruas por todos os veículos de pessoas ativas no trabalho. Essa é uma das grandes “doenças” da atualidade, pelos seguintes fatores: veículos que demoram para chegar ao local de trabalho consomem mais combustível, aumentando o nível de poluição do ar (e o gasto com combustível), e esses veículos sofrem mais desgaste de motor, aumentando o nível de despesas do dono (com a manutenção); o nível de estresse e o cansaço do trabalhador aumentam, afetando de forma contundente o seu rendimento (boa parte do trabalho do dia acaba sendo feito no trânsito mesmo); o nível de atrasos é maior; ambulâncias ficam paradas; em caso de acidentes, o congestionamento fica maior ainda; isso sem citar os outros vários efeitos deletérios causados pelo trânsito congestionado. Então, não seria um grande passo para a ajuda na “homeostasia” das cidades, que o governo convencionasse regras mais éticas para os turnos de trabalho? Por exemplo: estabelecer que, no mês de fevereiro, os horários para o início de turno em instituições públicas e escolas, passem a ser de 7:50 hrs, e, de fim de turno, às 16:50 hrs; e universidades e empresas, de 8:15 hrs, às 17:15 hrs. No mês seguinte, a inversão de horários deve ocorrer.
Ganha-se, só com essas pequenas mudanças, 25 minutos para a melhora da homeostasia do tráfego nas ruas (repito: essas regras seriam convencionadas e estabelecidas mais pela indução da ética, e não gerar restrições jurídicas aos “infratores”). Assim, ganha-se “25” anos de avanços para o nosso país.
(implicações sobre possível incompatibilidade de horários à parte)

Abraço!

sábado, 16 de fevereiro de 2008

A música do futebol

Se fizermos um traçado entre um time de futebol e um grupo musical, podemos obter as seguintes percepções: o goleiro corresponde ao baterista, pois é o baterista que dita o ritmo e confere a estabilidade e segurança ao grupo; o baterista é fixo, se mantém na parte de trás do restante do grupo e, se fizer firula e entrar em descompasso, quando está “com a bola nas mãos”, acaba podendo estragar toda a música (ou “quase” leva gol, ou leva o gol mesmo). O zagueiro corresponde ao baixista, pois o baixista ajuda o baterista a ditar a estabilidade do grupo, e apresenta o som mais grave, “pesado e fechado”, assim como é a atitude do zagueiro para poder fazer a marcação forte sobre o adversário. O volante é a guitarra base, pois a guitarra base articula todo o grupo e profere vazão às “jogadas”, apresentando as características intermediárias (e sendo o elo de ligação) entre o baixista (zagueiro) e o guitarra solo (meia). O guitarra base dá harmonia ao grupo. O meia é o guitarra solo, pois o guitarra solo dita a melodia e a criação, fazendo o acompanhamento “afinado” ao trajeto do vocalista (atacante). Os laterais sãos os percussionistas, pois eles incrementam e apresentam as funções tanto na defesa do time quanto no ataque. Os laterais/percussionistas são, vamos dizer assim, os líberos; os apoiadores. E, por fim, o atacante é o vocalista; ele é direto e específico, espera a articulação de todo o restante do grupo para poder trabalhar, está na posição mais “adiante” do grupo, e, sem um bom vocalista/atacante, o gol não sai.
(obs: não sou músico, essa é apenas a minha percepção)

Abraços!

terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

Os três pontos finais

Criar e representar dissociações interligadas que atinjam o âmago de espectadores, ou leitores, é algo muito raro (é redundância, mas gostei de usar essas palavras). Eu encaro essas dissociações como Surrealismo. Não sei se vocês já assistiram aquele episódio de “Os Trapalhões”, que contava uma história “à la” Monty Python, mais ou menos assim: o personagem Didi, durante sua rotina diária, sempre recebia chuva (somente em si), onde quer que ele estivesse, várias vezes ao dia, e principalmente nos lugares mais inconvenientes; ao final de seu dia, ele vai para casa e assim vai tomar banho, mas, quando ele abre o registro do chuveiro, a água não sai... então, ele acaba por sair do box do banheiro, para assim a chuva aparecer de novo (pois, como eu disse, ela só aparece em locais inconvenientes) poder tomar seu banho.
Qual é o sentido dessa história que reproduzi? Nenhum. Mas, satisfaz o âmago de sua consciência? Creio eu que, possivelmente, sim.
Dar explicação (mas não sentido) à esse tipo de história, é como associar quatro desenhos (dois quadrados, e outros dois círculos), em dois quadros; faça uma justaposição lateral de um quadrado com um círculo em um quadro, e faça outra, no outro quadro, onde o círculo seja atravessado parcialmente pela “ponta” (rebordo) do quadrado.
O que podemos obter da associação desses dois quadros? Podemos perceber uma transição do estado de paz (1º quadro), onde o círculo e o quadrado estão “harmoniosos”, para um estado de “invasão” (2º quadro), pois o quadrado acaba por “romper” o círculo.
O que eu falei têm sentido? Nenhum. São só desenhos que poderiam representar um milhão de coisas. Mas, eu pude satisfazer o âmago da sua consciência? Creio eu, que sim...

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008






O Danilo Moreira, do blog http://emlinhas.blogspot.com, me indicou o selo "É um blog muito bom, sim senhora!". Fico muito feliz e lisonjeado com essa indicação, muito obrigado Danilo!
Agora, deixo dois indicados (poucos? não sei... é porquê acho que indicar 5 acaba sendo muito, melhor restringir um pouco):


Le Hipopotame (http://lehipopotame.blogspot.com): Do blog da Ana Cláudia não tenho nem o que falar... é um blog que trata sobre cultura em geral, enriquecendo de maneira soberba o nível de sabedoria e cultura dos seus leitores; são raros os blogs como esse. Sou fã da Ana.


Net Esportes (http://netesporte.blogspot.com): O Net Esporte é feito por, como diz o seu próprio enunciado, "Registros e opiniões sobre os grandes acontecimentos esportivos do mundo". Lá, há sempre novidades sobre diversas modalidades esportivas. Excelente.

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

Melhores do Mundo?

A população mundial nunca vai conhecer os definidos realmente como os “melhores do mundo” em alguma área. A definição de “melhor do mundo”, por exemplo, nos esportes, é uma concepção errada, e talvez poucas pessoas pensem nisso. O “mais rápido velocista do mundo” não é o mais rápido do mundo, ele é o mais rápido apenas entre os velocistas profissionais. Dentre os que tiveram a oportunidade de aprofundar seus gostos, aquele “tal” velocista foi o que conseguiu mais êxito. Se todas as pessoas que tivessem o gosto pela mesma área, encontrassem as mesmas oportunidades, e treinassem em condições semelhantes, com certeza o quadro seria totalmente diferente. Não estou desmerecendo os esforços das pessoas, mas muitas vezes o esforço não encontra o resultado justo e correspondente. Roger Federer talvez, ou provavelmente, não seria considerado o melhor jogador de tênis atualmente, Pelé não seria considerado o melhor jogador de futebol de todos os tempos e nem Ian Thorpe (?) seria o mais rápido nadador do mundo. A pobreza limita, o local de nascimento limita, a cultura limita (pois ela pode querer predispor alguém à alguma profissão, ou considerar alguma profissão como errada) as pessoas que passam pela nossa vida limitam, a doença que aparece limita, os acidentes limitam. Essas definições de “melhores” em alguma coisa (em qualquer área do conhecimento) são apenas ilusórias pois, talvez, aquele vizinho paupérrimo de Albert Einstein, se não tivesse sido forçado pela pobreza à trabalhar e dedicar sua vida para aquela profissão da qual ele não gostava, talvez tivesse descoberto algo mais fascinante do que a teoria da relatividade.

Até a próxima!

sábado, 2 de fevereiro de 2008

Resíduos

Resíduos de fortes conservantes, aglutinantes, aromatizantes, agentes de sabor, e etc., (produtos esses que, sozinhos, não seriam ingeridos por ninguém) se depositam e vão se acumulando em todos nós, a cada ingestão de alimentos (a maior parte do que comemos é industrializada, nem preciso falar isso). Resíduos provindos de propagandas, com suas mensagens e idéias implícitas, vão se depositando em nosso cérebro, cada vez tomamos contato com qualquer meio de comunicação. Resíduos provindos da mescla de impurezas (estas cada vez mais variadas) do ar, vão se depositando em nossos pulmões a cada inspiração, e também vão agredindo nossa pele. Resíduos de árvores e animais fazem os nossos quintais. Resíduos dos raios de sol (raios ultravioleta), aparecem cada vez mais, e cada vez mais vão agredindo nossos olhos. Resíduos não coletados numa lixeira, vão agredindo o chão e as superfícies dos lugares por onde passamos. Resíduos das nuvens (chuva ácida), corroem os metais. Resíduos das boas músicas invadem as rádios e as tevês. Resíduos da boa-vontade e da amizade, permeiam cada vez mais nossos círculos sociais. Resíduos da Ciência Política comandam o nosso País.
Apenas os resíduos de bom-senso e inteligência vão podendo existir, devido à supressão provinda da ganância, ignorância, e da burrice alheia.


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(aqui embaixo está o selo que fiz, intitulado "Paz que Une". Fico feliz por quem aderir (e reproduzir o selo) à esta campanha, pois falta muita paz nesse mundo)

Abraço à todos.